Acordo Ortográfico
"Tornar evidente este absurdo de coisa", como dizem as Sumidades do Mundo Português da Linguística. Como dizem aqueles que se destacaram pelo seu talento!E não como dizem os outros, cuja insensibilidade é acompanhada por pronunciada diminuição da faculdade de pensar ou mesmo de existir! Lonje vai o tempo em que o poeta, em Fernando Pessoa, escrevia: a “minha Pátria é a Língua Portuguesa”.
A questão não está em corrigir ou incluir alterações na Língua quando os tempos o exigem. Por alguma razão o poeta, em Luis de Camões, proclamava “todo o tempo é composto de mudança”. Da mudança advêm sempre “novas qualidades”! Mas este sentimento ímpio, esta ligeireza, esta leviandade de, num momento para o outro, apresentarem a grafia da Língua Portuguesa já alterada sem que tenha havido uma auscultação prévia a quem dela melhor percebe!...
O resultado não podia ser pior. O novo acordo ortográfico ocorre duma enxertia. Um processo rápido onde o tecido de duas formas de escrita do Português se unem, tornando evidente o enxerto que produz a variedade desejada. A Língua Portuguesa é o cavalo ou o porta- enxerto. O enxerto é a escrita que se pratica no Brasil.
Retirou- se à Língua o sentimento de Pátria pelo qual o poeta se debatia. A Língua Portuguesa passa a ser uma espécie de matéria estranha que é preciso limpar.
Expurgámos a Língua Portuguesa como se ela fosse coisa impura e deixamos que nela florisse outra variedade por ela criada. Que absurdo de coisa!
Comentários
Enviar um comentário