Ai Portugal, do que estás à espera?
No mundo onde a vida humana pouco vale, encomenda-se levianamente a morte por vingança e assistem-se a tamanhas atrocidades impossíveis de serem descritas. Uma espécie de círculo do Inferno da Divina Comédia de Dante. É o abismo gelado, onde o ódio dos pecadores que aqui habitam é tão intenso, que uns se alimentam dos cérebros dos outros.
A Europa assiste
impávida às barbaridades perpetradas pela pandemia Covid19, deixando as
populações indefesas à mercê do perigo. A Europa comete excessos por inèrcia e
inépcia. A Europa é excessiva. É de extremos. É violenta com o seu próximo. A
população perece à suas mãos. A Europa deixa que ela morra. Que tudo morra.
Bastava-lhe somente
ir buscar as boas práticas ao país de origem onde tudo começou. Mas a Europa
nada fez para encontrar as determinantes da matriz de ordem necessária à
contenção do flagelo perpetrado pela pandemia, desde o seu epicentro em Wuhan.
Era preciso fazer
um exercício de bom senso, despoletando operações ágeis com os elementos que
dispunha em Março, para o que tinha ocorrido em massa em Janeiro, na China,
alastrando-se pelos continentes Ásia e Oceania:
1. Teste, teste,
teste
2. Uso de máscara,
uso de máscara, uso de máscara
3. Distanciamento
F-I-S-I-C-O
4. Fecho paulatino
de fronteiras
5. Quarentena,
quarentena, quarentena
A Europa estava
dois meses à frente, para o fazer comedidamente. Mas, como um caracol de corpo
mole sem esqueleto, locomovendo-se no muco que liberta, a Europa largou tudo de
mão. Deixou as boas práticas de lado. Mergulhou, patética, na sua baba. E ali
ficou 10 meses inerte, estrebuchando apenas com discursos patéticos, aqueles
onde desfilavam as mortes diárias de quem partia.
A Europa instituiu
o medo junto às populações, com uma aritmética a despropósito. Sem brio nem
valentia. Descurou os testes. Riu-se das máscaras, de qualquer material de que
fossem feitas. Chamou distanciamento social ao distanciamento físico.
Negligenciou o fecho de fronteiras. Deitou para tràs a quarentena.
Ausentou-se com “a
superficialidade e a ignorância da classe dirigente e a verborreia da oratória
política”, como observaria Eça de Queirós.
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