«Mas as crianças, Senhor? Porque lhes dás tanta dôr?»

Acordei com um sabor amargo na boca! Com o coração a expulsar-me de casa! A cabeça, num tumulto, em círculos espiralados na rua, e o estertor a apertar-me a garganta.

São actos de premeditada maldade e de crueldade extrema. Atos de indescritível violência que se repetem.

São, regra geral, olhados e descritos como pessoas «calmas», «discretas» e «afáveis»! Acima de tudo nunca há relato de que tenham sido maus pais.Nunca ninguém os viu em actos de violência ou ouviu sequer alguém dizer o contrário, que tenham, alguma vez, submetido os filhos menores a qualquer acto atroz e bárbaro. A população, regra geral, pouco instruída, não lhes consegue ler os sinais!

O que dizem os sinais da expressão e do gesto desta pessoa estranhamente calma? Entre a tristeza, a preocupação, as lágrimas, o sorriso e o esgar, e o gesto, escondem- se a artimanha e a astúcia, o ardil das feições mais mórbidas dos predadores mais vorazes. Esconde- se a Escuridão. A Morte.

O abuso e o crime apontam sempre o mesmo alvo, as mesmas vítimas, as pessoas mais vuneráveis e os lares,cuja visão turva classifica de improváveis! O «normal» é sempre o mesmo! Foi sempre o mesmo! Será sempre o mesmo!

Quando o país encontrar o melhor modelo de regeneração social, cuidar dos seus entes mais vuneráveis, nomeadamente as suas crianças, e os seus entes mais velhos, talvez estejamos na pista certa. No rastro de algo novo! E, aí sim, teremos paz!


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