O INFINITIVO PESSOAL


Já é um desespero ouvir, de alguns jornalistas, todo o tipo de calamidades gramaticais, e em voos absurdos, ostentarem estruturas frásicas importadas do Inglês de forma miserável “no que à política diz respeito!», “no que ao sistema educativo português diz respeito!», “no que ao futebol diz respeito!» e por ai fora. Ou vê-los apoiados nos mesmos bordões linguísticos, «a verdade é que», «no meu ponto de vista», «nesse ponto de vista», etc.

Agora, confesso que me arrepio quando oiço os políticos iniciarem as frases com infinitivos impessoais, com os verbos a apresentarem- se naturalmente sem qualquer conjugação, a exemplo «dizer», «felicitar» «relatar», «concordar» e por aí adiante …

É o caso de João Sales, Secretário de Estado da Saúde que na fatídica e habitual conferência de imprensa COVID 19, repetiu, vezes sem fim, o início das frases com o infinitivo impessoal «dizer»:

- dizer que ...

- dizer que ...

- dizer que ...

Oh, Senhor Secretário de Estado! Como diz? Não víncula o que vai dizer a um tempo, modo ou uma pessoa especifica? Quem é que diz o quê? Não é o Senhor, seguramente! Já sabemos, não precisa de repetir!!!

«Descovide-se»!

Comentários

Mensagens populares