A Indústria da Opinião!
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Há muito que se inaugurou um novo paradigma em Portugal, um sector que não gera riqueza ao país nem tão- pouco cria emprego, mas beneficia quem nele trabalha. O beneficio é individual. Começa e acaba no individuo que opina. De um para um.
Compartilham todos o mesmo método de gerar dividendos. É uma actividade rendível. Cada vez que se emite uma opinião geram- se receitas numa indústria curiosa e em contraciclo com outros sectores de actividade. De um para um.
A crise foi o cenário ideal para um sector em alta que, ainda por cima, não requer qualquer especialização. Quanto maior as dificuldades que o País atravessa, maior o número de opinadores. São hordas indomáveis que incluem sindicatos, lobistas, grupos de pressão, jornalistas, políticos, economistas, gestores, banqueiros, juristas, advogados, magistrados. O sector premeia sempre quem nele trabalha. Ganha- se visibilidade e notoriedade e, acima de tudo, aumenta- se o capital imagem. Uma vez mais, de um para um.
Os “opinion makers” manifestam- se numa variedade de assuntos sujeitos a deliberação. Ou já deliberados. Necessários e suficientes para, em quantidade e qualidade, estabelecer e sustentar uma determinada acção ou comportamento. As palavras sustentam o argumento de quem opina. Às vezes, Bizarras. Insustentáveis. Falaciosas. Duvidosas. Cabotinas. Aleatórias.
Trabalham-se juízos e sentimentos!Mas não se trabalha a matéria- prima. Porque ela não existe. Não é palpável. Não se estudam ou aprofundam as matérias sujeitas a opinião. A maior parte das vezes, encerram- se opiniões atribuindo notas ou conceitos ao objecto criticado.
A indústria é manhosa, astuta e, por vezes, imoral. As opiniões são transversais a todos os sectores da vida portuguesa. A missão é clara. Retirar a força, exuberância e vida ao país! Uma indústria que custa a perda de viço, em Portugal. Que o ajuda a mergulhar na mais profunda escuridão!
Tens toda a razão! Deve fazer parte do genoma português e quanto maior a crise melhor se revela!
ResponderEliminarSerá fado? Será gente? Fado não é certamente e a gente não canta assim!